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A sombra e os ecos da insegurança dentro da própria instituição policial de Arame percorrem os corredores de uma delegacia precária e abandonada pelo estado. Sem dúvida, a cidade e sua população se sentem momentaneamente mais seguras após os recentes acontecimentos na localidade, nos quais as forças policiais do estado se uniram para desarticular um grupo de criminosos liderado por "Leo Bala".
Esse grupo, ao longo dos anos, havia perturbado a paz e o sossego da comunidade com diversos crimes, incluindo roubos, tráfico de drogas e homicídios. No entanto, não podemos nos iludir. A pergunta que paira sobre a imprensa e a comunidade local é a seguinte: será que a segurança e o problema da criminalidade na cidade foram realmente resolvidos? Infelizmente, não foi o caso. A criminalidade é um problema complexo, cuja solução vai além da intervenção policial. Será que "Leo Bala" e seu grupo eram os únicos criminosos na cidade?
Neste momento, é crucial questionar de onde e como surgiu
"Leo Bala" para evitar que outros líderes e grupos criminosos
apareçam. Arame está geograficamente isolada, cerca de 130 km de Grajaú, uma distância semelhante até Buriticupu. Recentemente, a cidade recebeu um delegado permanente, mas o efetivo policial está longe de ser o ideal e está aquém das expectativas.
Chocantemente, a cidade de Arame conta apenas com dois policiais civis: o atual delegado e uma investigadora. Além disso, falta um escrivão e, o que é ainda pior, não há viaturas para esses dois policiais. O único carro disponível apresentou problemas mecânicos e está na oficina há cerca de dois meses, ou seja, a polícia de Arame está impossibilitada de se movimentar.
No final do mês passado, em 29/09, um homem foi preso em Arame por abusar sexualmente de uma criança. O delegado Oséias e uma equipe da polícia militar foram a pé até a casa do suspeito, deram voz de prisão e o conduziram a pé até a delegacia, pois nem a polícia militar nem a polícia civil possuem viaturas. Aliás, a polícia militar tem apenas três motocicletas, inadequadas para o transporte de presos.
Ontem, 16/10, o delegado Oséias recebeu informações sobre a possível localização da Hilux roubada de um vereador. Ele e a guarnição da polícia militar foram até o local, na zona rural, a 40 km do centro, no veículo particular do delegado. O veículo foi encontrado e devolvido ao vereador. Apesar de todas essas dificuldades, as guarnições da polícia civil e da polícia militar de Arame estão se esforçando ao máximo para realizar um trabalho eficiente no campo da segurança pública da cidade.
Como é possível que a polícia civil investigue adequadamente com apenas uma investigadora, especialmente quando a maioria dos crimes ocorre em áreas rurais de difícil acesso ou em aldeias indígenas? A delegacia sequer possui uma viatura!
Arame não tem um presídio; os presos em flagrante ou detidos
mediante mandados são encaminhados para a unidade prisional de Grajaú, que, como mencionado anteriormente, fica a 130 km de Arame. Como uma única investigadora realizará esse transporte de presos sem uma viatura?
Além disso, descobrimos que todos os policiais envolvidos na operação para prender Leo Bala não receberam remuneração do estado para isso. Agiram por pura força de vontade, arcando com as próprias despesas de hospedagem, alimentação e transporte. Diante dessa situação, o "De Olho em Grajaú" expôs a negligência do governo estadual, mostrando claramente que a segurança de Arame está sendo negligenciada e sufocada até sua extinção. Governador, é essa a postura adotada por Vossa Excelência? Sua administração realmente virou as costas para a segurança de Arame? Aguardamos respostas pertinentes e ações concretas do governo para resolver esse problema e, assim, mostrar aos moradores que a situação foi resolvida.
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